terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sábios da Academia

São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, vesículos 19-23, diz:

"Está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes. Onde está o sábio? Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não declarou Deus por loucura a sabedoria deste mundo? Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem. Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria, mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos.

Eu tenho uma ótima formação formal, consegui doutorado e freqüentei importantes universidades do mundo. Mas não gosto do que chamo de sabedoria da academia. E tenho extrema dificuldade de conversar com os meus pares. Com muita freqüência fico muito mais tranqüilo em conversar com os primeiros da lista telefônica de qualquer cidade, para lembrar a frase de Wllimam Buckley Jr, que disse que preferia entregar o governo dos Estados Unidos aos 400 primeiros da lista telefônica de Boston do que à Universidade de Harvard.

Na academia, quando você respeita o que São Paulo diz você está "por fora". Eu não gosto do que o chamado "Iluminismo" trouxe para a humanidade. Não sou fã nem de Voltaire, muito menos de Rousseau. Para o mesmo período, Edmundo Burke era muito mais brilhante, ele sim viu no que ia dar a Revolução Francesa.

Muitas vezes, os intelectuais me parecem uns completos idiotas.

Por exemplo, estou lendo um livro que recomendo extremamente. Ele se chama History of Warfare e conta a história dos modos de guerra. Logo no primeiro capítulo, o autor, o genial John Keegan, fala da idiotice de alguns intelectuais que queriam, na guerra de independência da Grécia contra a Turquia, reviver a antiga Grécia de Platão e Aristóteles. Esses intelectuais depois viram, com dificuldade, que os gregos não eram nem de longe sábios como os filósofos.

Esses intelectuais esqueceram que tanto Platão como Aristóteles foram, em vida, perseguidos pelos seus próprios conterrâneos. Isto é, a Grécia antiga não era o que pensavam os intelectuais do século 19.

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