sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sim, se é Sim; Não, se é Não



Li hoje um artigo no Wall Street Journal sobre uma parte dos parlamentares do Partido Democrata dos Estados Unidos que se autodenominam Blue Dogs. Os Blue Dogs formaram uma coalizão em 1995 com aqueles que tinham receio das políticas extremamente esquerdistas do próprio partido. Com essa denominação eles querem mostrar que eles são democratas, mas que não apoiam o aumentos dos gastos públicos, a intromissão exagerada do estado na economia, e as posições mais esquerdistas em questões morais e religiosas do restante do partido.


Eles, assim, querem se posicionar, no meio termo dentro do partido democrata, sem tomar uma posição mais firme que exigiria que eles mudassem para o Partido Republicano.

Sempre que vejo esse tipo de coisa me lembro de uma passagem do evangelho de São Mateus 5, 37, em que Jesus nos diz: "Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno." Jesus Cristo detestava o meio termo. Além disso, também me lembro do Snowball do livro Revolução dos Bichos. Snowball queria uma revolução, mas queria uma ordem política impessoal, sem hierarquia. Acabou virando o grande vilão da revolução do líder Napoleão.

Outro dia, eu vi que no Brasil dois petistas que eram contra o aborto foram punidos pelo partido. Bom, esses que foram punidos não viram todas as resoluções que o partido aprovou que defendia o aborto? Por que continuaram no partido? E os seus eleitores deles não conhecem a posição do partido? No Brasil, apenas a última pergunta tem chance de ser respondida com um não.

Como eu já relatei aqui, no Reino Unido, a Igreja Católica lançou uma cartilha para as eleições condenando qualquer cristão, incluindo políticos, que votassem a favor de medidas a favor do aborto. Não aceita nenhuma desculpa em relação a isso. Sim é sim, não é não. Não há meio termo do tipo: pessoalmente sou contra, mas voto a favor.

O texto sobre o Blue Dogs de Kimberley Strassel fala que os Blue Dogs se traíram ao apoiarem políticas do partido democrata que eram contra aquilo que eles diziam defender. Políticas voltadas a aumentos dos gastos públicos e aumento de impostos. Eles tinham condições pelo número deles de barrar as medidas, mas se sujeitaram às ordens do partido. Pergunto-me por que eles não mudam de partido. Escolheram o partido, e não os princípios, o partido e não seus eleitores. Os eleitores também são culpados por votar no meio termo.

Hoje, com as proximidades das eleições parlamentares em novembro, ser um Blue Dog é sinônimo de perdedor das eleições. 

Ann Coulter, uma importante articulista e escritora americana, depois que o McCain perdeu para o Obama, disse que RINO (Republican in Name Only), que são o outro lado dos Blue Dogs, não ganha eleições contra os democratas.  McCain era muito democrata no seu histórico de votações para um republicano. Os republicanos não confiavam nele. Para vencer um democrata tem de ser republicano em todos os votos.

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