sábado, 27 de novembro de 2010

Quanto custa União Européia, Mercosul e Unasul ?





O jornal inglês Daily Express se tornou na quinta-feira o primeiro jornal britânico a defender abertamente a saída da Grã-Bretanha da União Européia. Apesar do alarde do anúncio, o jornal está apenas seguindo a maioria da opinião pública do país e outros reconhecidos comentaristas como Richard North do Blog EU Referendum que há muito tempo luta por isso. Mas o jornal inclusive lançou uma Petição On Line.

As justicativas para a saída da União Européia são: rapinagem (larceny), ameaças (bullying), regulações demais (over-regulation) que destroem empregos e reduzem a capacidade de controlar a entrada de imigrantes e de deportar suspeitos de práticas terroristas, além de toda espécie de interferência (all-round interference) nos assuntos domésticos ingleses.

Apesar de não fazer parte da zona do euro, os contribuintes ingleses viram que, por causa do Tratado de Lisboa da União Européia, a Grã-Bretanha tem de socorrer outros países com dinheiro público.

Na mesma edição, o jornal convidou Daniel Hannan, que é um parlamentar representante do Reino Unido na União Européia, para escrever sobre quanto custa a União Européia em relação a alternativa de deixar o grupo. Hannan, apesar de fazer parte do parlamento, é um conhecido defensor, há muito tempo, da saída do seu país do grupo. Inclusive, enfrenta discussões internas no seu partido que, apesar de ser o partido conservador, não defende abertamente a saída da comunidade.

Ele costuma fazer críticas à União Européia diretamente no parlamento. Há muitos vídeos no youtube em que ele faz isso, argumentando especialmente contra o tamanho, o custo e abrangência da burocracia européia e também criticando o euro, como este vídeo:

No texto que escreve para o jornal, ele começa dizendo que todos os custos que o atual primeiro-ministro David Cameron (que é do mesmo partido de Hannan) quer fazer para conter o déficit público equivalem ao dinheiro que o país está enviando para salvar a Irlanda da falência. Isto é, os cidadãos ingleses deverão absorver um ajuste fiscal, enquanto o país gasta para manter o euro na Irlanda pelo mesmo custo. E os irlandeses ainda reclamam.

A Grã-Bretanha contribui com 14 bilhões de libras para o orçamento da União Européia. Além disso, tem o custo da enorme burocracia com as regulações e também aquele que provém das políticas européias que reduzem a capacidade econômica da Grã-Bretanha.

Daniel Hannan, em seu blog no The Telegraph, diz que a própria Comissão Européia avalia que o custo da burocracia da comunidade de países é de 600 bilhões de euros por ano, enquanto os benefícios do mercado comum equivalem a apenas 120 bilhões de euros.

Sem falar que a Grã-Bretanha geralmente tem déficit comercial com a Europa e superávit com o resto do mundo. O que quer dizer que não haveria perdas comerciais com a saída da comunidade de países.

A relação custo-benefício deve variar por país, claro, e, por vezes, deve depender da circusntância financeira, mas as consequências de permancer membro da União Européia para Grã-Bretanha são assustadoras.

E para nós brasileiros, o Mercosul não é zona de livre comércio, não é mercado comum, nem muito menos uma união monetária e macroeconômica. Mas quanto custa manter a burocracia em relação aos benefícios que eles nos proporcionam? Acho que a burocracia ainda é pequena, mas será que é tão pequena comparado ao que ele é?

E a Unasul que teve reunião ontem? O Congresso brasileiro ainda não aprovou o tratado constitutivo do grupo, mas terá futuro a formação de uma comunidade de países da América Latina nos moldes da União Européia?

Devemos observar o que está havendo com a União Européia hoje, para termos uma idéia do resultado do aprofundamento das relações dentro do Mercosul ou da formação da Unasul.

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