quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Blogueiro será Enforcado por Insultar Maomé no Irã.


Repudiante nesta notícia não é apenas o fato do enforcamento, mas conhecer um pouco da lei iraniana.

O blogueiro Sohel Arabi foi acusado de insultar Maomé em suas páginas do facebook. Ele e sua esposa foram presos enquanto dormiam pela Guarda Revolucionária Iraniana. A esposa foi solta e ele foi para julgamento.

Ele se disse arrependido no julgamento e disse que estava em condições psicológicas ruins quando escreveu no facebook. Mas o tribunal não aceitou as desculpas e o condenou a enforcamento.

Uma fonte da notícia disse que a condenação à morte de Arabi foi ilegal. Pois segundo esta fonte, apesar do Artigo 262 do Código Penal do país dizer que qualquer um que insulte Maomé deve ser condenado a morte, o Artigo 264 diz que se o acusado disser que estava sob fúria ou estava citando outra pessoa, ou falou algo por engano, a condenação de morte deve ser revertida para 74 chicotadas.

Segundo a fonte, Arabi declarou ter feito com péssimas condições psicológicas, deveria ser enquadrado no Artigo 264, mas o juiz manteve a pena de morte.

Arabi ainda é acusado de ofender "o líder supremo do Irã" e de "falar mal do estado iraniano". Vai à julgamento também por estes dois crimes.

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Qual é o risco de fazer um blog? Depende do assunto que você escreve, de quem é você (sua posição social ou profissional) e de onde você escreve.

Minha esposa vive dizendo para eu parar de escrever artigos e posts sobre o Islã.

Bom, eu já debati com professores sobre o Islã na Europa e nos Estados Unidos. Nas universidades e salas de conferências costumam ser mais ou menos protegido. E o Islã ainda não dominou o Brasil como domina a Europa, por exemplo. Mas o cerco está realmente fechando.


(Agradeço a notícia ao site Weasel Zippers

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia!
Esse é um post intrigante.
Digo isso porque muitas vezes ouço críticas à Inquisição, afirmando que o que os islâmicos fazem hoje os católicos fizeram no passado. De fato, durante a Inquisição houveram abusos, como pode ser livro no esplêndido livro "A Inquisição em seu mundo" do professor João Bernardino Gonzaga.
Como mostrado no livro, quando um acusado se arrependia, o tribunal eclesiástico o absolvia. O professor Gonzaga ainda mostra como o Direito se desenvolveu com as medidas da Igreja.
A meu ver, o paralelo entre o radicalismo islâmico e o católico (representado pela Inquisição) visavam preservar o senso religioso, porém com uma diferença fundamental: o islamismo se baseia no medo e o catolicismo na Caridade.
Todo tribunal humano é falho, porém a inquisição buscava salvar as almas usando Justiça e Misericórdia, virtudes que não são vistas nos tribunais islâmicos.

Caro Pedro, o que você pensa sobre isso?

Um abraço,

Gustavo.

Pedro Erik Carneiro disse...

Caro Gustavo,
Um dos maiores especialistas em inquisição, Edward Peters, no livro Inquisition, diz mais ou menos o que você mencionou.
Os julgamentos da inquisição eram baseados np direito romano e seguiam o metodo da época, onde era comum penas de morte. Houve abusos mas foram bem poucos relativamente. Apenas 2 por cento dos casos resultaram em pena de morte. A inquisição usava a caridade e dava muita chance ao herético.
Além disso, temos que ver se os atos da inquisição têm base nos ensinamentos de Cristo.
No caso do Irã, as mortes podem encontrar base na vida de Maomé.
Abraço,
Pedro Erik