sexta-feira, 15 de março de 2024

Rússia, em Guerra, Festeja Papa Francisco

 



Rússia não deixou escapar o aniversário de pontificado de Francisco para lhe agradecer o apoio na guerra, dizendo que ele é "um dos poucos líderes políticos do mundo com um ponto de vista realmente estratégico".

Francisco está do lado de gente como Lula (e também Bolsonaro) e Maduro. Esses líderes políticos globais com ótima estratégia para a destruição da humanidade.

Alguns podem dizer que Francisco está do lado de Orbán da Hungria. Mas eu tive a graça de visitar a Hungria já com a guerra iniciada e perguntei aos sempre informados taxistas (hehehe) o que achavam da guerra. Detalhe: Hungria faz fronteira com a Ucrânia. As informações que eu tive era que haviam muitos ucranianos na Hungria, que o Orbán estava fornecendo apoio todos, apesar de que os ucranianos preferiam ir para Alemanha onde tinham mais apoio de benesses estatais. E que Orbán estava certo em tentar conter os impactos da guerra. 

O que quero dizer é que por estar tão perto do conflito, a análise sobre Orbán deve ser feita com mais cuidado. Eu não tenho tempo para me dedicar ao tema.


terça-feira, 12 de março de 2024

Francisco Pediu que Ucrânia Erguesse Bandeira Branca. Minha Opinião.

 


Realmente, como disse Donald McClarey do site The American Catholic: "Talvez não seja o maior de seus defeitos, mas o Papa é um dos homens mais burros que já foi Papa. Lançar sugestões políticas através de entrevistas, como ele faz constantemente, é um erro que poucos padres em primeiro ano de sacerdócio cometeriam."

Recentemente em entrevista, Francisco, com aquele modo de falar que me faz lembrar de  professores de sociologia,  disse que a "Ucrânia devia ter a coragem de levantar a bandeira branca e negociar o fim da guerra com a Rússia".

Vários sites de notícia do mundo repercutiram a entrevista e a Ucrânia reagiu contra as palavras de Francisco. O Sínodo da Igreja Católica Grega divulgou uma declaração contra o papa.

No Brasil, eu não sigo os jornais, mas a minha família assina a Revista Oeste e o site Não é Imprensa.

O site Não é Imprensa tem entre os sócios um amigo. O site é cegamente a favor da Ucrânia, então desceu a lenha nas palavras do Papa. Eu sou a favor da Ucrânia, considero que o lado da justiça da guerra está do lado da Ucrânia, mas reconheço quão corrupto é o país e quão ruim é a liderança de Zelensky. E como a guerra só terá solução se Ocidente entrar militarmente no país, além de rasgar dinheiro dando para Ucrânia e enviar armas, correndo o risco da Rússia lançar armas nucleares.

O site é muito bom em críticas às barbaridades jurídicas e políticas brasileiras, por isso mantenho a assinatura, mas considero o site muito fraco em política internacional, fraquíssimo, então para não ficar chateando muito, eu evito comentar sobre esse assunto no site.

No entanto, em um desses textos do site, em um texto escrito por Diogo Mainardi, que é grosseiramente pró-Ucrânia, eu disse:

"O mundo perverteu até a frase bíblica "se sim, sim, se não, não". Uma pessoa ou é petista ou é bolsonarista. Ou é Zelensky ou é Putin. Não há análise da realidade complexa. Este texto de Mainardi é um exemplo deste maniqueismo mundano. Sim, este papa é um flagelo. Eu o considero herético em várias doutrinas católicas. Seguramente um dos piores papas da Igreja. 

Mas sobre a Ucrânia, este país só recuperará Crimeia e Donbass se o Ocidente entrar com seus próprios soldados na guerra e aceitar milhões de mortos. A Rússia conquistou essas regiões durante governo Obama, em 2014. Obama, com aquela cara de pastel, não fez nada. A Rússia possui o maior arsenal nuclear do mundo. Até onde o Ocidente deve ir para recuperar isso? A sugestão do papa é péssima, porque é um armistício sem paz. Mas poupa milhões de mortos. Estamos brincando com fogo por Crimeia e Donbass para um país tão corrupto quanto a Rússia."

Complemento:

Eu não tenho a solução. Sim, papa foi burro em termos de ato e aparência, não se diz o que ele diz em entrevista pública, e a sugestão é horrível para o país que sofreu a agressão russa. Mas o mundo está cansado da guerra e brinca com fogo. Se a Ucrânia levantar a bandeira branca será péssimo para todos os países que jogaram rios de dinheiro e armamentos no país. Ucrânia não fará isso sem consultar aqueles que estão pagando. O melhor para o mundo seria o fim de Putin e de sua política, por isso mesmo Putin vive cercadíssimo de guardas costas.


segunda-feira, 11 de março de 2024

Por Que Trump? Thomas Sowell, Victor Hanson, Ed. Feser e Outros


No Brasil, nós temos também, além dos esquerdistas (que costumam estar do lado errado), os "nevertrumpers", aqueles que se dizem de direita ou contra a esquerda mas que odeiam o Trump. Penso em gente como o Diogo Mainardi, que apoia Biden e odeia Trump, mas odeia o PT e Lula. Gente realmente estranha. Para mim, apoiar Biden é ser mais estúpido e senil que o próprio Biden e só pode ser justificado em termos lógicos por alguém que realmente deseja a destruição dos Estados Unidos e as consequências disso. 

No vídeo, acima o brilhante economista Thomas Sowell explica que aqueles que odeiam Trump tomaram uma vacina contra fatos, pois Trump foi um sucesso em muitas áreas. Sowell diz que detesta ver Trump na televisão mas reconhece seu enorme sucesso, só existe uma pessoa que Sowell detesta mais na TV do que Trump, é Obama, hehehe.

O historiador Victor Davis Hanson já escreveu um livro sobre o sucesso de Trump como presidente, chamado The Case for Trump, mas ele também já declarou que preferia outro candidato no lugar de Trump nas eleições deste ano, por conta da personalidade de Trump que dificultaria suas políticas. Quero dizer com isso que Hanson não é uma analista trumpista cego.


Com a vitória de Trump nas primárias, Hanson não tem alternativa melhor. É Trump. Recentemente, Hanson disse que os jovens americanos estão com Trump (vídeo abaixo).



O filósofo católico, Edward Feser, explicou outro ponto positivo de Trump, além de seu sucesso como presidente: a estupidez da esquerda. Disse ele: " Se você não gosta de Trump, pare de defender políticas (gênero, crime, imigração, raça, etc.) que são manifestamente contrárias ao senso comum que colocam as pessoas normais na posição de que não há alternativa, a não ser Trump."



Outro dia, um jornal inglês explicou por que os eleitores de Trump votam nele. Eles não votam na pessoa de Trump, mas nas políticas obviamente corretas que Trump defende.


Não se pode confundir Trump com Bolsonaro (que é muito mais parecido com Biden, homem de centrão), nem com Milei (Trump não é libertariano). Trump está mais próximo de Viktor Orbán, apesar de Orbán ter tido uma carreira como político contra o comunismo e nunca ter sido empresário de sucesso, como Trump foi, o pensamento político, social e ético de Orbán é muito parecido com o de Trump.

Eu, digo: Go Trump!!



sábado, 9 de março de 2024

Os Estragos do Fiducia Supplicans Continuam


O documento Fiducia Supplicans do Papa Francisco, que aprova bênção "não litúrgica" para casais gays continua fazendo estrago. 

A Igreja Ortodoxa Copta suspende relações com a Igreja Católica por conta do documento e a Comissão Bíblico-Teológica Ortodoxa Russa e a Conferência dos Bispos Católicos da Rússia rejeitaram fortemente as bênçãos do documento.

Vejam tradução dos relatos feitos na mídia sibre esses dois fatos:

1) Igreja Copta Ortodoxa Suspende  Relações com Igreja Católica por conta do Fiducia Supplicans. 

 Sínodo da Igreja Copta Ortodoxa rejeita relações entre pessoas do mesmo sexo e suspende diálogo com católicos. A sessão plenária do Santo Sínodo da Igreja Copta Ortodoxa foi realizada em 07 de março de 2024, no Centro Logos da Residência Papal no Mosteiro de Santo Anba Bishoy em Wadi Natroun, chefiada por Sua Santidade o Papa Tawadros II, e  com a presença de 110 dos seus 133 membros.  O Papa da Igreja Copta fez um discurso na abertura da sessão, no qual falou sobre a importância do fruto na vida e no serviço do pastor através da “parábola da figueira infrutífera” (Lucas 13,6-9)  .As principais comissões do Santo Sínodo realizaram as suas reuniões anuais a partir da passada segunda-feira e durante três dias, na sede papal na Catedral de São Marcos, em Abbasiya, para discutir os relatórios que lhes foram apresentados pelas suas subcomissões.  Emitiu as suas recomendações, que foram apresentadas aos membros da Academia na sessão plenária de hoje para aprovação.

A Igreja anunciou a sua opinião sobre a questão da “homossexualidade” através de uma declaração emitida pelo Santo Sínodo (a ser publicada posteriormente).  Na sua declaração, a Igreja enfatizou a sua rejeição das relações entre pessoas do mesmo sexo.  Apoiando a sua opinião com muitos versículos bíblicos que declaram claramente a rejeição de tais relacionamentos que são contrários à natureza humana que Deus criou.

 Entre as  decisões e recomendações do Santo Sínodo – sessão de março de 2024 estão:

Após consulta às igrejas irmãs da família Ortodoxa Oriental, foi decidido suspender o diálogo teológico com a Igreja Católica, reavaliar os resultados que o diálogo alcançou desde o seu início há vinte anos e estabelecer novos padrões e mecanismos  para que o diálogo prossiga.

 A Igreja Copta Ortodoxa afirma a sua firme posição de rejeição de todas as formas de relações homossexuais, porque violam a Bíblia Sagrada e a lei pela qual Deus criou o homem homem e mulher, e considera que qualquer bênção, qualquer que seja o seu tipo, para tais relações  é uma bênção para o pecado, e isso é inaceitável.

 

2. Prelados ortodoxos e católicos na Rússia criticam duramente os ‘suplicantes de Fiducia’

 Os bispos católicos da Rússia e membros da comissão Bíblico-Teológica da Igreja Ortodoxa Russa criticaram Fiducia Supplicans, a declaração do Papa Francisco que permite a bênção de casais do mesmo sexo e outras pessoas em “relacionamentos irregulares”.

 Numa declaração de 1º de março, após uma assembleia plenária de dois dias em Listvyanka, perto de Irkutsk, no sul da Rússia, a Conferência dos Bispos Católicos da Rússia enfatizou que “para evitar a tentação e a confusão”, eles desejavam chamar a atenção para o fato de que “as bênçãos  de qualquer tipo de casal que persista em relacionamentos moralmente irregulares do ponto de vista cristão (coabitação, novo casamento ou do mesmo sexo) são inaceitáveis”.

 Os bispos sublinharam que, apesar da confusão que se seguiu à divulgação do documento, o ensinamento católico sobre família e casamento “permanece inalterado” e que a Igreja “abençoa e envolve as uniões conjugais e as famílias com cuidado pastoral”.

 Na sua declaração, os bispos da Rússia também sublinharam a diferença entre bênçãos e orações: “No espírito da caridade evangélica e do amor materno, a Igreja não recusou e não recusa a oração intercessória a indivíduos numa ampla variedade de situações, pedindo a ajuda de Deus.  graça para convertê-los, para fortalecê-los em suas boas intenções, para iniciar ou continuar o caminho da justiça”.

Os bispos foram liderados pelo Arcebispo Paul Pezzi, de Moscou, e pelo chefe da Conferência Episcopal da Rússia, Dom Kirill Klimovich, de Irkutsk.  Entre os participantes da reunião de 28 a 29 de fevereiro estava o núncio apostólico na Rússia, dom Giovanni D'Aniello.

 A declaração deles ocorreu logo após uma reunião on-line em 20 de fevereiro da Comissão Bíblico-Teológica do Patriarcado de Moscou da Igreja Ortodoxa Russa, na qual os membros da comissão disseram que Fiducia Supplicans refletia um forte afastamento do ensino moral cristão, de acordo com relatórios.

 Os membros da comissão presentes na reunião, convocada pelo Patriarca Ortodoxo Russo Kirill para analisar o documento, chegaram à conclusão de que “as Sagradas Escrituras não podem justificar de forma alguma esta nova prática”.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Há 750 Anos

 


Há 750 anos morria o maior filósofo de todos os tempos, Tomás de Aquino. Após ele, basicamente é só decadência.  Estamos há séculos em decadência filosófica, como apenas solavancos de brilhantismo tomista.



Guerra da Ucrânia: Do Pior Para o Secundo Pior

 


Em artigo publicado hoje o historiador militar Victor Davis Hanson argumenta que a Guerra da Ucrânia já provocou milhares de mortos e fuga de milhões da Ucrânia. Ele centra suas críticas em Obama que permitiu que a Rússia anexasse a Crimeia e a região de Donbass em 2014 e não fez nada. Trump, em seguida, os países europeus, e Biden, também nada fizeram para que a Ucrânia retomasse os territórios.

Para Hanson, um acordo de paz agora iria deixar a Rússia com essas regiões tomadas em 2014, pois não se vislumbra possibilidade de retomada dessas regiões pela Ucrânia totalmente dependente do apoio militar do Ocidente, e o acordo possivelmente permitira uma militarização da Ucrânia mas não seu ingresso na OTAN.

Para Hanson, no entanto, isso parece o melhor que se pode conseguir com essa guerra que está ossificada, sem que nenhuma parte avance.

Hanson diz que: "a única coisa pior do que um armistício sem vencedor ou perdedor claro é uma guerra sem fim com mais de um milhão de vítimas.".

Eu entendi o que ele disse. Mas penso que o possível acordo imaginado por Hanson seria um armistício sem um vencedor claro. Então, o acordo apenas nos dará a segunda pior possibilidade. Passaríamos do pior para o segundo pior, depois de milhares de mortos e assim a guerra continuaria rondando a região.

Sem falar que todos os países ocidentais que apoiaram a Ucrânia com milhões e milhões de recursos se sentiriam derrotados. Talvez mais derrotados que a própria Ucrânia.

Eu não tenho a solução nesta guerra entre países irmãos e países muito corruptos. 2014 realmente foi uma desgraça que ocorreu sob o olhar do Prêmio Nobel da Paz Obama (que não fez nada), agora a cura é bem mais difícil e sangrenta. Se Putin morrer pode ocorrer mudanças significativas positivas, mas as consequências podem não significar o fim do conflito. É preciso entender a Rússia que é, como disse Churchill,  um enigma envolto em um mistério.

Em todo caso, o texto de Hanson é um ótimo artigo frente ao que se ler no Brasil por exemplo, que em geral vemos textos que usam adjetivos contra Putin sem qualquer análise séria sobre a guerra.


terça-feira, 5 de março de 2024

A "Filha Mais Velha da Igreja" Despreza Igreja Há Séculos. Só Piora


 

A França é chamada, dentro da Igreja Católica, de a "filha mais velha". Pelo que li, o costume de chamá-la assim foi iniciado com Clovis, o primeiro rei franco a ser batizado como cristão em 496. Na Europa, foi a primeira conversão de um monarca ao catolicismo. 

Mas o desprezo a Igreja Católica remonta séculos. Todos os filósofos que fundamentaram a revolução francesa (Diderot, Voltaire,...) no século 18 tinham basicamente uma característica comum: deploravam a Igreja Católica. 

Ontem e hoje temos duas notícias terríveis vindas da "filha mais velha":

1) França se tornou o primeiro país do mundo a considerar um direito constitucional a matança de crianças no útero materno. Foram 780 votos a favor, apenas 72 contra!

E colocaram o letreiro estúpido que não tem sentido nem lógico, nem biológico: "meu corpo, minha escolha" na Torre Eiffel. 

2) França apagou a a Cruz de Cristo que ornamentava o Les Invalides em propaganda ara as Olimpíadas de 2024.

Já fui ao país a passeio e a trabalho, mas em toda a minha vida eu nunca gritei "Vive La France". O país há muito apresenta comportamento que deploro. Em matéria de promover heresias, eu realmente não sei quem é pior: França ou Alemanha.


sexta-feira, 1 de março de 2024

Cardeal Escreve Anonimamente sobre Como Próximo Papa Pode Curar Pontificado de Francisco

O site New Daily Compass publicou hoje uma carta assinada por um cardeal que assina como Demos II.

Um outro cardeal já tinha escrito uma carta e assinado como Demos anteriormente. Depois disseram que o Demos era o falecido cardeal Pell. Agora temos o Demos II.

O título do texto do Demos II é A Profile of the Next Pope. (Um Perfil para o Próximo Papa). O texto foi disponibilizado em 6 línguas. Por conta do título do texto nas diferentes línguas, eu suspeito que o cardeal seja de língua espanhola, pois o título do texto em espanhol é diferente é "Retrato Robô do Próximo Papa". 

O texto traz 7 coisas que o próximo papa deve reconhecer para que a Igreja se cure dos efeitos do pontificado de Francisco. No final do texto do cardeal "Demos II" explica por que assinou o texto de forma anónima.

TEXTO É EXCELENTE!

Traduzo o texto do cardeal "Demos II" abaixo.

Um perfil do próximo Papa, escreve Cardeal

O Vaticano amanhã

Em março de 2022, apareceu um texto anônimo – assinado sob o pseudônimo “Demos” e intitulado “O Vaticano Hoje” – que levantava uma série de sérias questões e críticas sobre o pontificado do Papa Francisco. As condições na Igreja desde a publicação desse texto não mudaram materialmente, muito menos melhoraram. Portanto, as reflexões aqui apresentadas pretendem desenvolver essas reflexões originais à luz das necessidades do Vaticano de amanhã.

Os últimos anos de um pontificado, de qualquer pontificado, são o momento de avaliar a situação da Igreja no presente e as necessidades da Igreja e dos seus fiéis no futuro. É claro que os pontos fortes do pontificado do Papa Francisco são a sua insistência na compaixão pelos fracos, na ajuda aos pobres e marginalizados, na preocupação com a dignidade da criação e nas questões ambientais que dela decorrem, e nos esforços para acompanhar aqueles que sofrem e estão alienados em seus fardos.

As suas falhas são igualmente óbvias: um estilo de governo autocrático, por vezes parecendo vingativo; um desprezo para as questões de direito canônica; intolerância mesmo diante de divergências respeitosas; e – o que é mais grave – um estilo persistente de ambiguidade em questões de fé e moral que causa confusão entre os fiéis. A confusão gera divisão e conflito. Isso mina a confiança na Palavra de Deus. Enfraquece o testemunho evangélico. O resultado disto é uma Igreja mais fraturada do que em qualquer momento da sua história recente.

A tarefa do próximo pontificado deve ser, portanto, recuperar e restabelecer verdades que foram lentamente obscurecidas ou perdidas entre muitos cristãos. Estes incluem, mas não estão limitados a, aspectos básicos como os seguintes: (a) ninguém é salvo exceto através de Jesus Cristo, e somente através dele, como Ele mesmo deixou claro; (b) Deus é misericordioso, mas também justo, e está intimamente interessado em cada vida humana, Ele perdoa, mas também nos responsabiliza, Ele é Salvador e Juiz; (c) o homem é uma criatura de Deus, não uma invenção sua, uma criatura não apenas emocional e com apetites, mas também com intelecto, livre arbítrio e um destino eterno; (d) existem verdades objetivas imutáveis ​​sobre o mundo e a natureza humana, que podem ser conhecidas através da Revelação Divina e do exercício da razão; (e) a Palavra de Deus, registrada nas Escrituras, é confiável e tem força permanente; (f) o pecado é real e seus efeitos são letais; e (g) a Igreja tem a autoridade e o dever de “fazer discípulos de todas as nações”. Não abraçar com alegria esta obra de amor missionário e salvífico tem consequências. Como Paulo escreveu em 1 Coríntios 9:16 “ai de mim se eu não pregar o Evangelho”.

Algumas observações práticas emergem da tarefa e da lista acima.

Primeiro: a autoridade real é prejudicada quando são utilizados meios autoritários no seu exercício. O Papa é o sucessor de Pedro e aquele que garante a unidade da Igreja. Mas ele não é um autocrata. Ele não pode mudar a doutrina da Igreja e não deve inventar ou alterar arbitrariamente a disciplina da Igreja. Ele governa a Igreja colegialmente com seus irmãos bispos nas dioceses locais. E fá-lo sempre em fiel continuidade com a Palavra de Deus e com o ensinamento da Igreja. Os “novos paradigmas” e os “novos caminhos inexplorados” que se desviam uns dos outros não são de Deus. Um novo Papa deve restaurar a hermenêutica da continuidade na vida católica e reafirmar a compreensão do Vaticano II sobre o papel adequado do papado.

Segundo: assim como a Igreja não é uma autocracia, também não é uma democracia. A Igreja pertence a Jesus Cristo. É a sua Igreja. Ela é o Corpo Místico de Cristo, composto por muitos membros. Não temos autoridade para adaptar seus ensinamentos para melhor se adequar ao mundo. Além disso, o sensus fidelium católico não é uma questão de sondagens de opinião, nem mesmo da opinião de uma maioria baptizada. Ela deriva apenas daqueles que acreditam genuinamente e praticam ativamente, ou pelo menos procuram praticar sinceramente, a fé e os ensinamentos da Igreja.

Terceiro: A ambigüidade não é evangélica nem acolhedora. Pelo contrário, gera dúvidas e alimenta impulsos cismáticos. A Igreja é uma comunidade, não só de Palavra e sacramento, mas também de credo. Aquilo em que acreditamos ajuda a nos definir e a nos sustentar. Assim, as questões doutrinárias não são fardos impostos por “doutores da lei” insensíveis. Também não são um espetáculo intelectual para a vida cristã. Pelo contrário, são vitais para viver uma vida cristã autêntica, porque lidam com aplicações da verdade, e a verdade requer clareza e não nuances ambivalentes. Desde o início, o atual pontificado resistiu à força evangélica e à clareza intelectual dos seus antecessores imediatos. O desmantelamento e reutilização do Instituto João Paulo II em Roma e a marginalização de textos como Veritatis Splendor sugerem uma elevação da “compaixão” e da emoção em detrimento da razão, da justiça e da verdade. Para uma comunidade de fé, isto não é saudável e profundamente perigoso.

Quarto: A Igreja Católica, além de Palavra, sacramento e credo, é também uma comunidade de direito. O direito canónico ordena a vida da Igreja, harmoniza as suas instituições e procedimentos e garante os direitos dos crentes. Entre as marcas do atual pontificado estão a sua excessiva confiança no motu proprio como instrumento de governo e uma despreocupação e aversão generalizadas aos detalhes canónicos. Mais uma vez, tal como acontece com a ambiguidade da doutrina, o desrespeito pelo direito canónico e pelo procedimento canónico adequado mina a confiança na pureza da missão da Igreja.

Quinto: A Igreja, como tão belamente a descreveu João XXIII, é mater et magistra, a “mãe e mestra” da humanidade, não a sua seguidora obediente; o defensor do homem como sujeito da história, não como seu objeto. Ela é a noiva de Cristo; A sua natureza é pessoal, sobrenatural e íntima, não meramente institucional. Nunca poderá ser reduzido a um sistema flexível de ética ou a uma análise e remodelação sociológica para adaptá-lo aos instintos e apetites (e às confusões sexuais) de uma época. Um dos principais defeitos do pontificado actual é o seu distanciamento de uma “teologia do corpo” convincente e a falta de uma antropologia cristã atractiva... precisamente num momento em que os ataques à natureza e à identidade humanas, por parte do transgenerismo, estão a aumentar. ao transumanismo.

Sexto: As viagens pelo mundo serviram muito bem a um pastor como o Papa João Paulo II, devido aos seus dons pessoais únicos e à natureza dos tempos. Mas os tempos e as circunstâncias mudaram. A Igreja na Itália e em toda a Europa – o lar histórico da fé – está em crise. O próprio Vaticano precisa urgentemente de uma renovação da sua moral, de uma limpeza das suas instituições, procedimentos e pessoal, e de uma reforma profunda das suas finanças para se preparar para um futuro mais difícil. Não são coisas pequenas. Exigem a presença, a atenção direta e o compromisso pessoal de qualquer novo Papa.

Sétimo e último: O Colégio dos Cardeais existe para aconselhar o Papa e eleger o seu sucessor após a sua morte. Este serviço requer homens de carácter limpo, sólida formação teológica, experiência madura de liderança e santidade pessoal. Também requer um Papa disposto a pedir conselhos e depois ouvir. Não está claro até que ponto isto se aplica ao pontificado do Papa Francisco. O pontificado atual enfatizou a diversificação do colégio, mas não conseguiu reunir os cardeais em consistórios regulares destinados a promover a autêntica colegialidade e a confiança entre os irmãos. Como resultado, muitos dos eleitores que votarem no próximo conclave não se conhecerão realmente e poderão, portanto, ser mais vulneráveis ​​à manipulação. No futuro, se o colégio quiser servir os seus propósitos, os seus cardeais precisarão de mais do que apenas um solidéu vermelho e um anel. O atual colégio cardinalício deve ser ativado para o conhecimento mútuo e para melhor compreender as diferentes visões que cada um tem da Igreja, as situações das suas Igrejas locais e a personalidade de cada cardeal – todos fatores importantes na reflexão sobre o novo Papa.

Os leitores perguntar-se-ão, com razão, por que este texto é anônimo. A resposta deveria ser óbvia para qualquer pessoa que conheça o teor do ambiente romano atual. A honestidade não é bem-vinda e suas consequências podem ser incômodas. E, no entanto, estas reflexões poderiam continuar por muitas mais páginas, apontando especialmente para a forte dependência do atual pontificado da Companhia de Jesus, o recente desempenho problemático do Cardeal Fernández, do DDF, e o surgimento de uma pequena oligarquia de confidentes com excessiva influência dentro do Vaticano - tudo isto apesar das reivindicações descentralizadoras da sinodalidade, entre outras coisas.

Justamente por essas questões, os alertas aqui apontados poderão ser úteis nos próximos meses. Espera-se que esta contribuição ajude a orientar as tão necessárias conversas sobre como deverá ser o Vaticano no próximo pontificado.

Demos II