terça-feira, 22 de junho de 2010

Petrobras, Obama e George Soros

Hoje a assembleia geral extraordinária de acionistas da Petrobrás aprovou aumento de capital da estatal. Esse aumento de capital deve fortalecer a posição dos acionistas majoritários, especialmente o governo brasileiro. Os acionistas minoritários pretendem entrar na justiça contra esse aumento, pois eles terão dificuldade para manter a proporcionalidade de suas ações dentro do aumento de capital.

Interessante é que ontem, no Programa Glenn Beck Show da Fox News, nos Estados Unidos, o assunto foi justamente a Petrobras. Quando vi, fiquei muito surpreso. O Glenn Beck é um crítico mordaz do governo Obama, o que ele estaria falando da Petrobras?

Pois é, o assunto relaciona George Soros, megamilionário norte-americano, ex-chefe do ex-presidente do Banco Central brasileiro, Armínio Fraga, e que se tornou de extrema esquerda com fortes vínculos com a administração Obama e ONGs de esquerda. George Soros, judeu húngaro, ficou riquíssimo no mercado financeiro, mas hoje advoga o fim do capitalismo. Diz que o sistema quebrou e que precisa ser reconstruído com apoio de um grande governo.

O assunto também envolve a administração do Obama, que neste momento enfrenta o maior desastre ambiental da história americana, por causa do vazamento de óleo da BP no Golfo do México. Obama venceu a eleição com amplo apoio da esquerda americana que tem ojeriza `a indústria de petróleo, mas, em março, antes do vazamento, liberou mais áreas na costa americana no Atlântico, no Alasca, e mesmo no Golfo do México onde houve o vazamento, para a perfuração de petróleo.

Os Estados Unidos ainda possuem mais áreas de reserva de petróleo na costa e também na área de refúgio silvestre no Ártico (Arctic National Wildlife Refuge). O país precisa produzir mais, pois apesar de ser o terceiro maior produtor de petróleo cru do mundo (atrás apenas da Arábia Saudita e da Rússia), é o maior importador líquido de petróleo do mundo. O país produz 330 megatoneladas de petróleo, mas é importador líquido de 570 megatoneladas (dados de 2008 da Agência Internacional de Energia). Além disso, a maior produção ajudaria a evitar a importação de países párias como Irã e Venezuela. Mas a pressão de ambientalistas e a falta de detalhes mais claros sobre a capacidade dessas reservas não exploradas atrapalham a liberação das áreas. E o lobby dos produtores das novas fontes de energia está crescendo. O Obama não cansa de declarar seu apoio a estas novas fontes.

A liberação de novas áreas de exploração por Obama, apesar de na campanha ele ter sido contra isso, foi lido pelos jornais como uma tentativa de conseguir apoio dos conservadores para a aprovação da nova lei de energia, que procura incentivar as novas fontes de energia (eólica, etanol, solar, etc.) e conter a mudança climática. Mas irritou e irrita os ambientalistas.

Agora, com o maior vazamento de petróleo da história, os ambientalistas estão novamente pressionando para que o Obama “seize the moment” e force a aprovação da nova lei de energia.

E a Petrobras?

Pois é, diante desse desastre e da crítica à indústria de petróleo, a administração do Obama resolveu emprestar para a Petrobras e parece que Soros sabia previamente que ele iria fazer isso.

Soros fundou em 2003 junto com John Podesta, chefe da equipe de transição de Obama e ex-assessor de Bill Clinton, o Centro para o Progresso Americano (Centre for American Progress). A palavra “progresso” aqui tem um sentido especial, progressista no sentido de busca pelo socialismo, pela ampliação do poder do governo, pela eliminação das idéias conservadoras. Pesquisem: http://www.americanprogress.org/aboutus. O Centro foi relacionado como um dos grandes responsáveis pela vitória de Obama.

A administração de Obama emprestou 2 bilhões de dólares para a Petrobras em 2009 para que esta procurasse petróleo em águas profundas e Soros está investindo fortemente na companhia desde então. Obama ajuda os investimentos da Petrobrás e Soros ganha dinheiro com a ampliação da capacidade da empresa. Mesmo proibindo a busca de petróleo em profundidades acima de 1.500 metros, por achar perigoso, o Obama investe em uma companhia que recupera petróleo a mais de 2.700 metros. Será que houve conflito de interesse? Será que Obama está pagando pelo apoio de Soros?

O que os acionistas minoritários pensam disso? Acho que apesar de reclamarem da nova capitalização, eles não estariam muito preocupados com isso, afinal a companhia é quem lucra com isso e a ética não é assunto de mercado.

Nenhum comentário: