quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Um rapper no Haiti?


Haiti  tornou-se o primeiro país do mundo a alcançar independência por meio de uma revolta liderada por escravos, em janeiro de 1804, durante os turbulentos anos do império napoleônico. Após a revolta, o general Jean-Jacques Dessalines se proclamou imperador, exilou e matou quem ele considerou inimigo (especialmente brancos). Mas foi assassinado em outubro de 1806.

Depois disso, ao longo de sua história de pouco mais de 200 anos, o Haiti sofreu mais de 30 golpes e milhares foram assassinados por questões políticas. Em janeiro deste ano, um terremoto devastou o país, que deve votar para novo presidente em novembro.

Esta semana, o rapper Wyclef Jean (na foto acima com a camisa da seleção brasileira) anunciou que vai concorrer à presidência do país.  Ele nasceu no Haiti, mas mudou-se para os Estados Unidos quando tinha nove anos.

Confesso que rap está bastante longe de ser um dos meus ritmos preferidos. Só ouço se sou obrigado a tal. Por isso, não sei falar das qualidades do músico, mas suas palavars de lançamento da candidatura não me animaram muito. Por exemplo, ele disse que a razão do Haiti estar sempre em turbulência política é porque nunca houve uma pessoa que unisse todos os partidos e trabalhassem juntos. (The reason why is that there's never been one person who can unite all parties and get them to work together).

Eu não acredito nisso, não acredito em messianismo político e também não creio nesse negócio de eliminar a oposição para resolver problemas. Toda vez que ouço algo parecido com isso, eu tenho certeza que um desastre político se aproxima. Nada é tão comum quanto ouvir isto na América Latina ou na África. Ao que parece, a importância da oposição para democracia ainda não convenceu muitos líderes de países em desenvolvimento.

Para piorar meus receios, a fundação que ele criou para ajudar as vítimas do terremoto, Yéle Haiti Foundation, está sendo acusada de mal uso das doações.

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