segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Diplomacia Americana (Haiti vs. Honduras)





Por vezes, eu acho que temos no Brasil, ou mesmo na América Latina, uma visão conspiratória dos Estados Unidos. O país estaria sempre atrás de um objetivo funesto em todas as suas ações. Isso revela simplesmente ignorância e mesmo um exagero na capacidade americana.

O caso do Wikileaks, por exemplo, mostrou mais uma vez, para mim, que muitos diplomatas americanos são despreparados. Fiz um post sobre quem os diplomatas americanos achavam que ia ser o novo papa depois do João Pualo II e neste mesmo post mostrei que o que o Wikileaks revelou era na grande maioria dos casos conhecido por todos .

Hoje, Mary O'Grady fala de outro erro da diplomacia americana. Desta feita, em relação a América Latina. Os Estados Unidos nunca priorizam a América Latina. Aliás, eu acho que o mundo não olha para a América Latina. O mundo acha que nossos problemas com guerra ou terrorismo (FARC, Tríplice Fronteira) não são sérios o bastante, que nossas carências humanitárias não são tão urgentes quanto as da África, que os governos latino-americanos não ameaçam ninguém, que não temos problemas de conflitos religiosos ou étnicos, que a corrupção que assola a região não tem solução, e também que nossa produção econômica não é tão relevante, nossas relações comerciais não têm impacto elevado no mundo.

Essa falta de priorização faz com que os diplomatas que vem servir na região não são os de primeira categoria.Se aqueles na Europa, China e Rússia já falavam e faziam bobagens...

Mary O´Grady no jornal Wall Street Journal fala da falta de visão da administração Obama ao não focar, nas suas relações com a América Latina, na crise humanitária e política do Haiti.

Este país sofreu com um terremoto que devastou completamente o país no início do ano. Doenças, omo cólera, estão decontroláveis no país. A corrupção é um mal incurável e as eleições do dia 28 de novembro foram fraudulentas. O'Grady diz que o presidente Preval manipulou o resultado para que seu candidato (Jude Celestin) ficasse em segundo (atrás de Mirlande Manicat), para que ocorresse segundo turno. Além disso, seu partido ganhou supostamente a maioria do parlamento, permintindo que nomeie o primeiro-ministro. O resultado da manipulação foi mais crise política e mais violência nas ruas (foto acima).

O Haiti vive completamente dependente de ajuda externa, especialmente dos Estados Unidos. Mas, o Departamento de Estado dos Estados Unidos enviou na semana passada seu representante para América Latina, Arturo Valenzuela, não para o Haiti para tentar resolver o caos político e humanitário, mas para Honduras para tentar com que estre país não processe criminalmente Manuel Zelaya.

Por que Obama está preocupado com Zelaya? Será para satisfazer os esquedistas latino-americanos que o defenderam quando foi deposto?

Para mim, quando um país rejeita seus princípios para ser aceito, está fazendo um jogo que só terá  a perder, não será aceito e ainda perderá credibilidade interna e externa.

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