domingo, 26 de junho de 2011

Petróleo para salvar Obama?

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No próximo ano, Obama vai buscar a reeleição, mas ele está sob forte pressão pois as medidas econômicas que ele executou não surtiram efeito. O país enfrenta queda no crescimento (1,8% no último trimestre, depois de atingir 3,1% no quarto trimestre de 2010), alta taxa de desemprego (9,1%) e aumento na inflação, depois do governo gastar trilhões em estímulo para a economia.

O Banco Central dos Estados Unidos tem executado um política de liberação monetária para manter a taxa de juros próxima de zero, mas essa política não resultou em mais empréstimos bancários (os bancos não estão confiando na economia americana nem no governo) e já anunciou que essa política de desaperto financeiro acaba este mês.

Alguns já visualizam uma situação de estagflação (estagnação econômica e inflação), do mesmo modo que ocorreu no governo Jimmy Carter.

É neste ambiente de pressão política, que a Agência Internacional de Energia (IEA) surpreendeu o mundo ontem ao anunciar que os países que fazem parte da Agência (os maiores consumidores de petróleo do mundo) irão liberar 60 milhões de barris de suas reservas no próximo mês (2 milhões de barris por dia). 50% disso será disponibilizado pelos Estados Unidos.




Apenas duas vezes na história, a IEA fez este tipo de ação coletiva: na invasão do Kuweit pelo Iraque  em 1990/1991 quando a oferta que vem destes países tiveram queda repentina e em 2005 quando o furacão Katrina interrompeu parte importante da produção no Golfo do México. A desculpa desta vez é a guerra contra a Líbia. A Líbia está longe de ofertar tanto quando Iraque ou Estados Unidos e seu mercado consumidor é basicamente europeu e também se sabe que nem toda a produção foi interrompida.

Muita gente está desconfiando que isso foi feito por pressões americanas movidas por necessidades políticas. Larry Kudlow ver até uma ação coordenada do Banco Central americano com a IEA. Outra crítica recorrente a Obama com relação a oferta de petróleo é que ele não permite várias perfuracões no país para satisfazer o apoio de ambientalistas, mas incentiva a perfuração em outros países. Obama declarou quando esteve no Brasil, por exemplo, que irá incentivar a Petrobrás e quer que os Estados Unidos sejam o maior consumidor do petróleo brasileiro.

O Tesouro americano nega que a medida tem base na reeleição de Obama.

A charge de Michael Ramirez que ilustra este post mostra essa desconfiança. O ajudante do Obama diz para ele: "Mas nós devemso usar a reserva estratégica de petróleo apenas em situações de emergência". Outro ajudante pergunta: "Qual é a situação de emergência?". Obama responde: "Você viu minhas chances na eleicão presidencial?"

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