terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O Emaranhado de Nós nas Nossas Vidas



2013 foi um ano de dois papas (espero que 2014 também seja). Então que tal terminarmos 2013 com um devoção que os dois têm?

Eu me culpo por achar por um bom tempo que esta devoção era fruto apenas de misticismo popular, não tinha nenhuma base histórica. Descobri este ano que a devoção tem base histórica e teológica, e que é seguida pelo Papa e pelo Papa Emérito.

O teólogo Taylor Marshall conta que quando o Papa Francisco estudou na Bavária, ele ficou impressionado por uma pintura de "Santa Maria, Nossa Senhora Desatadora dos nós." Ele adquiriu uma cópia da pintura, levou para a Argentina e promoveu a devoção a Maria sob este títuloAlém disso, o Papa Francisco presenteou o Papa Bento XVI um cálice com a magem de Nossa Senhora Desatadora dos Nós gravada nele.

Diz ainda Marshall que a teologia de Nossa Senhora como desatadora de nós remonta ao século II - menos de cem anos após a morte dos Apóstolos. Santo Ireneu escreveu "o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria. O que a virgem Eva atou forte com a incredulidade, a virgem Maria desatou através da fé." Este é um dos primeiros exemplos que descreve Maria como a "Nova Eva ". Eva , ao lado de Adão, é o "co-pecadora". Maria, ao lado de Cristo crucificado, é o " co-redentora
Isso não quer dizer que Maria salva diretamente ou nos redime. Isso significa que Maria participa da ação redentora de Cristo. Seu papel é congruente e em relação ao papel absoluto de Cristo.

O quadro a que se refere Marshall que o Papa Francisco viu na Bavária é do pintor Johann Geroge Melchior Shcmidtener de 1700 e está na Igreja São Pedro em Augsburg. Fotos do quadro e da Igreja, abaixo:



Bom, eu já comecei minha novena para que Maria desate o emaranhado de nós da minha vida.

Se deseja começar a sua, clique aqui.

Abaixo um vídeo da oração de Nossa Senhora Desatadora de Nós:


FELIZ 2014 para todos os meus leitores e amigos deste blog.

Que o próximo ano traga mais paz para os cristãos, especialmente os perseguidos no mundo muçulmano.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

China facilita a Política de Filho Único


A China tenta controlar sua população desde 1980, quando implementou a Política de Filho Único. A justificativa deles é que fazendo isso melhoram o crescimento econômico do País. Para cumprir a política calcula-se que 350 milhões de crianças foram abortadas ou deixadas para morrer na China.

É uma justificativa deles é risivel, mesmo porque quem gera riqueza é o ser humano. E e eles descobriram isso há algum tempo, pois a população envelhece rapidamente, o sistema de previdência do país está se deteriorando rapidamente, os gastos com saúde explodem e os homens não conseguem se casar, pois os país preferem filhos homens e abortam quando descobrem que a criança é menina.

Foi sancionada uma lei na semana passada que facilita que um casal tenha mais um filho (apenas mais um). 

Atualmente, a lei permite que se tenha dois filhos se nem um dos dois país tem irmãos ou se os pais que moram na zona rural têm filha menina. Agora, eles vão permitir dois filhos se um dos país não tem irmão. É a primeira mudança no programa desde que foi criado.

Demógrafos alertam, no entanto, que a mudança é apenas incremental e não ajudará a crise na previdência, na saúde e na educação.

É um boa notícia de fim de ano, mas há ainda muito a se caminhar na China, para que seja um país livre da dominação estúpida do Estado.

Rezemos pelos inocentes chineses.


(Agradeço o artigo do The Guardian ao site Culture War Notes)

sábado, 28 de dezembro de 2013

Vídeo: Coca-Cola Pró-Vida


É uma propaganda maravilhosa da Coca-Cola Life. Assistam abaixo:


A propaganda passou na Argentina, onde a Coca-Cola lança sua nova marca com rótulo verde.

O site American Catholic considerou este o melhor vídeo pró-vida de todos. Não sei, já vi vídeos maravilhosos, mesmo no blog tem vários. Mas é sim um vídeo sensacional, especialmente por mostrar grande beleza da vida em volta do cansaço dos pais. Maravilhoso.


(Agradeço a indicação do vídeo ao site Big Pulpit)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Apenas um Foto? Não. Vida, força, coragem, esperança, amor.

 

O garotinho da foto diz com sua camisa "Toma essa, câncer" ou, talvez uma melhor tradução seria "Câncer, você vai ter de me engolir". Em suma: a vida é mais forte, câncer.

Feliz 2014 e sempre para ele.


(Agradeço a foto ao site Weasel Zippers)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Quantos Mártires Cristãos em 2013? O Silêncio dos outros Cristãos


Hoje é dia de Santo Estevão, o primeiro mártir cristão, o próprio São Paulo ajudou a matá-lo. Em 2013, repetimos o gesto de São Paulo e vimos muitos cristãos serem mortos, sem fazer nada, nos omitimos. Na Noite de Natal, foram 37 no Iraque.

O colunista do jornal Catholic Herald, Ed West, escreveu um livro chamado "The Silence of Our Friends: The Extinction of Christianity in the Middle East" (O Silêncio de Nossos Amigos: A Extinção do Cristianismo no Oriente Médio). O livro detalha o silêncio do mundo cristão frente ao genocídio religioso.

O cristianismo é a religião mais popular do mundo, mas é também a mais perseguida. E ninguém faz nada, apenas assiste-se a matança tentando apaziguar o inimigo (geralmente muçulmanos) com palavras amigas.

Ed West também escreveu um artigo para o jornal Catholic Herald, mostrando os erros históricos nas análises que tentam pintar um passado tolerante muçulmano. E deixando claro que a lei sharia islâmica exige tratamento desigual (piorado) para não muçulmanos.

Na minha casa, eu coloco a estátua de Santo Estevão do lado da estátua de São Paulo. Apesar de eu achar que sem São Paulo não teríamos cristianismo e ficar maravilhado toda vez que leio uma carta dele, coloco-o do lado do mártir Estevão para lembrar o valor da humildade e da necessidade de apoiar os cristãos em todo o mundo.

Abaixo, o quadro "O Apedrejamento de Santo Estevão" de Rembrandt.


Outro dia, eu li uma análise sobre a frase "dê a outra face" de Cristo. O autor, padre Stephen Torraco (coincidência ter o mesmo nome de Estevão), lembrou que a frase significa que não devemos combater o mal com mal, devemos combater com o bem, bondade e caridade. Vingança não é cristã. Mas que a frase não significa sucumbir ao mal, deixar o mal prosperar.

Além disso, nem o próprio Cristo (nem São Paulo) "deu a outra face" quando foi esbofeteado, ver João 18:23 e Atos dos Apóstolos 23:3. Eles cobraram justiça.

Que São Estevão proteja os cristãos em 2014.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Visões do Menino Jesus.


Muitos santos tiveram visões do Menino Jesus e até o seguraram em seus braços. O site Mystics of the Church contou algumas destas visões. Achei uma fantástica ideia para este Natal compartilhar com vocês o que mostrou o site Mystics of the Church.

St Rose of Lima (1586-1617, Mystic, Stigmatic, & Layperson)
From a very tender age, St Rose of Lima believed that everything was possible for those who have faith in God. Even as she was just learning to walk her mother and father noted her great interest and devotion to holy cards, statues, crucifixes etc.  By age 5, Rose wanted to learn how to read and write, but there was nobody who was free to help her. Her mother Maria had tried to do so, but soon grew tired and gave up. So the child decided to pray to the Child Jesus, saying to her mom:  “Since no one has time to teach me things, I am going to ask Jesus to do it. He can do anything can’t He?”
Thus in her childlike simplicity and candor, Rose began to recite the following prayer: “Oh Jesus, help me to know and to love You, and teach me to read and write.”
One day, Rose announced to her mother that she knew how to read and write. She told her mother that it was the Child Jesus who had taught her. Her mother was in disbelief but nevertheless Rose proved to her mother that she knew how to read by reading from a book about St. Catherine of Siena.  Just as Rose had said it was the Little Child Jesus who worked a wonderful miracle by teaching Rose Himself how to read and write, proving that with faith in God, everything is possible. 
But the Child Jesus was to work many more miracles through Rose. As Rose grew older so did her love for Jesus and also her neighbor. She had great compassion towards those who were sick.  She knew that by showing compassion to the sick, she was showing compassion to God.  Eventually, a room in her house was set aside for her to care for the poor and sick in her area. It became known as  “The Infirmary” and the entire community knew that they could count on Rose’s charity, as she did not refuse to help anyone, no matter how sickening or contagious their disease might be.  In time, a number of people began reporting that they had been cured at “The Infirmary” , claiming that it was after Rose’s  little statue of the Child Jesus had touched them. Rose herself called the little statue, “The Little Doctor.”
- See more at: http://www.mysticsofthechurch.com/2013/12/visions-of-child-jesus-in-lives-of.html#sthash.EIaY4ftc.dpuf
Santo Antonio de Pádua (1195-1231)

Santo Antonio, no final de sua vida, costumava ir ao castelo do conde Tiso para rezar, pois lá havia uma capela e quartos para frades. Um dia o Conde Tiso viu uma luz entrando no quarto de Santo Antonio e viu o Santo segurando uma pequena criança. Quando Santo Antonio abriu a porta do quarto, viu o conde ajoelhado na porta. Santo Antonio pediu a ele que só contasse o que presenciou após a morte dele.

São Nicolas de Tolentino (1245-1305)

São Nicolas costumava rezar e praticar jejuns a um ponto que preocupou seus superiores. Durante o forte jejum, São Nicolas teve a visão de que Maria e o Menino Jesus encorajaram-no a comer um pedaço de pão com o sinal da cruz molhado em água. Depois virou costume entre os frades de sua ordem em abençoar e distribuir o "pão de São Nicolas", como ele fazia.

Santa Agnes Montepulciano (1268-1317)

Teve uma visão que segurava o Menino Jesus, que lhe apareceu com um pequeno crucifixo de ouro. Quando saiu do êxtase, Santa Agnes estava segurando o crucifixo dado pelo Menino Jesus.

Santa Catarina de Bolonha (1413-1463)

Santa Catarina teve várias visões durante a vida, em uma delas, Nossa Senhora dar o Menino Jesus para ela segurar.

Beata Osanna de Mantua (1449-1505).

Quando era bem criança, Osanna teve a visão do Menino Jesus carregando uma cruz.

Santa Teresa D'Avila (1515-1582)

Santa Teresa D'Avila é doutora da Igreja, teve várias visões durante sua vida, a mairoria do sofrimento de Jesus adulto. Mas um dia ela viu uma linda criança descer a escada do convento que perguntou para ela: "quem é você?" Ela respondeu: Sou Teresa de Jesus. E ela perguntou: "e você quem é?" A criança respondeu: "Sou Jesus de Teresa" e desapareceu.

Santa Rosa de Lima (1586-1617).

Santa Rosa, quando era bem criança, queria aprender a ler e escrever, mas nem seu pai, nem sua mãe, tinham tempo, ela, então, começou a rezar para que Jesus ensinasse ela, dizendo: "Jesus, ajude-me a Te conhecer e a Te Amar. Ensina-me a ler e escrever". Um dia, ela disse para sua mãe que sabia ler e escrever, pois o Menino Jesus, tinha lhe ensinado. Sua mãe não acreditou, mas ela provou isto ao ler um livro de Santa Catarina de Siena. 

Mas o Menino Jesus iria fazer muitos mais milagres através de Rosa. Como Rosa cresceu, cresceu também seu amor por Jesus e pelo próximo. Ela tinha grande simpatia para com os doentes. Ela sabia que quem mostra compaixão para com os doentes, está mostrando compaixão para com Deus. Eventualmente, uma sala foi reservada para ela em sua casa para cuidar dos pobres e doentes em sua área. Tornou-se conhecido como "A Enfermaria" . Na época, muitas pessoas começaram a contar que haviam sido curadas depois que uma pequena estátua de Menino Jesus tocou nelas. Rosa chamava a estátua de "O Pequeno Médico ".

Depois, Santa Rosa, depois teve a visão, durante a Missa de Ramos, que o Menino Jesus chamava Santa Rosa para sua esposa.

Venerável Margaret Parigot (1619-1648)

Margaret Parigot recebeu a incumbência pelo Menino Jesus de honrar a infância de Jesus.

São Gerardo Majela (1726-1755)

Quando estava orando em frente à imagem de Nossa Senhora, o Menino Jesus tomou vida e deu um pedaço de pão com fragrância divina para São Gerardo.

Beata Anne Catherine Emmerich (1774-1824)

Teve a visão de que o Menino Jesus lhe oferecia duas coroas, uma de rosas e outra de espinhos, ela escolheu a de espinhos.

Santa Gemma Galgani (1878-1903)

Ela é conhecida como a "Filha da Paixão" pela profunda imitação da Paixão de Cristo, também recebeu estigmatas. Certa vez teve a visão do Menino Jesus.

Marie Rose Ferron (1902-1936)

Rose Ferron, conhecida como "Pequena Rosa", nasceu no Canadá, mas viveu sua breve vida nos Estados Unidos. Ela passou dos 14 aos 33 anos acamada em um hospital. Ela teve uma visão ainda criança do Menino Jesus carregando uma cruz e pedindo a ela que ela O ajudasse a carregar a cruz. Ela recebeu várias estigmatas, incluindo as marcas da coroa de espinhos. Teve várias visões durante a vida. Abaixo, foto dela em êxtase.


Santa Faustina Kowalska (1905-1938)

Teve visões em que Nossa Senhora entrega o Menino Jesus para ela, e Cristo menino conversava com ela. Santa Faustina também teve visões da Família Sagrada em Belém.

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Feliz Natal.

ICXC NIKA.

Só devo voltar a escrever no Blog depois do dia 29 de dezembro.


(Agradeço a indicação do Mystics of the Church ao site Big Pulpit)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Dois Vídeos: Por que Deus Permite Sofrimentos?


Muita dor no mundo: desespero, morte, crueldade, pobreza, fome, desilusão,...pecados. Por que Deus permite isto? Esta é uma pergunta conhecida como "problema do mal" e é debatida há milênios. Na Bíblia, ler o Livro de Jó sobre o assunto. O Livro de Jó ensina não só sobre a liberdade humana que gera sofrimento, mas também sobre a incapacidade do ser humano para entender o que é sofrimento e qual seu sentido, pois não conhece a completude da vida. O sofrimento pode trazer um bem maior, que desconhecemos.

Neste final de ano, nós pensamos nas alegrias que temos na vida, mas também nas cruzes que carregamos.

Então, aqui vão dois vídeos sobre o assunto.

O primeiro é, vamos dizer assim, mais direto, mais rápido. Em pouco tempo levanta questões filósoficas profundas que pouca gente sabe, como que Deus não pode fazer o que não é lógico. 




O vídeo pergunta: Deus é bom?

Se ele é bom, porque tanto sofrimento no mundo?

Daí fala que Deus é todo poderoso, pode criar tudo que é "logicamente possível". Mas Deus não pode criar uma pedra que Ele mesmo não possa carregar, pois não é lógico, nem um círculo quadrado, pois não é lógico.

Deus criou os humanos para que eles fossem livres. Liberdade é uma coisa boa, mas se os humanos devem ser livres, eles não podem ser forçados a obedecer a Deus. Não seria lógico, pois se fossem forçados a isso, seriam escravos de Deus e não livres.

Os primeiros humanos (Adão e Eva) abusaram da liberdade e esta é fonte do mal que temos hoje.

Mas lembremos, nós não sofremos sozinhos. Cristo está com nós.

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O segundo vídeo fala justamente deste último   ponto. Nós não sofremos sozinhos. O vídeo é do Real Life Catholic.

Em resumo (não tenho tempo para traduzir tudo), o autor diz que todo mundo sofre nesta vida, de um jeito ou de outro, e para muitos isto é o grande obstáculo para a fé. Nós enfrentamos câncer, tsunamis e sofrimentos que pessoas causam na gente e que a gente mesmo causa em nós mesmos. Temos a chance de fazer coisas fantásticas e coisas terríveis. O autor diz que só Deus tem a perspectiva da eternidade, e recomenda: "Quando em sofrimento, olhe para a Cruz de Cristo", Ele sofreu muito pela gente, nós não estamos sós.



Feliz Natal.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Como Entender as Matanças, Politeísmos e Negações do Paraíso na Bíblia.


Eu já descrevi aqui no blog a opinião do Papa Emérito Bento XVI sobre as chamadas "passagens negras" da Bíblia. Mas esta semana eu li no blog do Brandon Vogt uma entrevista com o professor de teologia Matthew Ramage, que está lançando o livro "Dark Passages of the Bible: Engaging Scripture with Benedict XVI and St. Thomas Aquinas".

Dr. Ramage analisa três temas incômodos nas escrituras: sua aparente endosso ao politeísmo, a violência desconcertante do Antigo Testamento, e o que parece ser a rejeição de uma vida após a morte. Se as Escrituras são verdadeiramente infalíveis e inspirada por Deus, como ela pode conter essas passagens?

Seguindo o exemplo do Papa Bento XVI, Dr. Ramage aplica os princípios hermenêuticos mais modernos  para analisar estas questões. 


Bento XVI sugere a combinação de dois métodos para analisar as passagens negras das Bíblia. Deve-se combinar o método medieval, usado históticamente pelos doutores da Igreja, que tem como princípio olhar para a incarnação de Cristo e o lado espiritual da Bíblia, como o método crítico-histórico (favorito dos estudiosos de hoje) que usa os ahcados arqueológicos e a história dos povos e da região para descrever estas passagens. Chama-s o primeiro método de Método A, o segundo de Método B, e a combinação deles, sugerida pelo Papa Emérito, de Método C.

Normalmente, quando se fala de passagens negras refere-se às passagens do Velho Testamento, especialmente em Josué, em que se tem matanças em nome de Deus. Mas Dr. Ramagem amplia o leque de passagens negras ao incluir passagens em que aparentemente se nega a existência de vida após a morte no Livro de Jó em no Eclesiastes. 

Parece-me muito bom o livro. Leiam a entrevista toda.

Recomendo fortemente o livro para quem sofre com estas passagens. Ateus em especial gostam de citá-las para atacar o cristianismo. Para respondê-los de forma rápida e simples, leiam o que descrevi no post sobre a opinião de Bento XVI.

Eu gostei de ver o Papa Emérito em discussão com o que foi dito por São Tomás. Eu já li alguns livros do Papa Bento XVI e acho que ele deve ser considerado um Doutor da Igreja. Ele consegue ser profundo e amplo, já escreveu mais de 100 livros sobre os mais diversos assuntos, sempre com muita sapiência, técnica e delicadeza com a Igreja.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

E se eu não gostar do Papa Francisco? Um padre me diz o que fazer.

Certa vez meu próprio pai me disse: "Pare de estudar tanto, isto não dá dinheiro". Mas devo tudo que tenho aos meus estudo, eu não segui os conselhos de meu pai, que havia conseguido uma boa vida financeira não por conta de seus dotes comerciais, mas por ajuda familiar.

Um Papa é como um pai. E como um pai, ele é humano, e pode fazer e dizer coisas que não são corretas e que não devem ser seguidas. E um filho, pedindo iluminação de Deus, pode ir contra um ensinamento e o modo de vida do pai.

Nos últimos dias, eu tenho gostado bem menos do Papa Francisco.

Eu já não o admirava como professor da Doutrina da Igreja, acho-o bem mais raso que seus antecessores, mas o ato administrativo de afastar conservadores da Congregação de Bispo, tornou ainda menor minha admiração por ele.

Em especial, o Papa Francisco afastou o cardeal Raymond Burke (foto abaixo). Este é o cardeal que mais admiro no mundo. Na época da Conclave, eu declarei que votaria nele se fosse cardeal.


Para piorar o Papa escreveu o seguinte na sua exortação apostólica, Alegria do Evangelho:

94. Este mundanismo pode alimentar-se sobretudo de duas maneiras profundamente relacionadas. Uma delas é o fascínio do gnosticismo, uma fé fechada no subjectivismo, onde apenas interessa uma determinada experiência ou uma série de raciocínios e conhecimentos que supostamente confortam e iluminam, mas, em última instância, a pessoa fica enclausurada na imanência da sua própria razão ou dos seus sentimentos. A outra maneira é o neopelagianismo auto-referencial e prometeuco de quem, no fundo, só confia nas suas próprias forças e se sente superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico próprio do passado. É uma suposta segurança doutrinal ou disciplinar que dá lugar a um elitismo narcisista e autoritário, onde, em vez de evangelizar, se analisam e classificam os demais e, em vez de facilitar o acesso à graça, consomem-se as energias a controlar. Em ambos os casos, nem Jesus Cristo nem os outros interessam verdadeiramente. São manifestações dum imanentismo antropocêntrico. Não é possível imaginar que, destas formas desvirtuadas do cristianismo, possa brotar um autêntico dinamismo evangelizador.

O Papa parece atacar os católicos de esquerda que abandonam o evangelho para viver um gnosticismo. E aí para contrabalançar resolveu atacar também aqueles que procuram seguir o evangelho, dizendo que eles seguem um neopelagianismo auto-referencial e prometeuco.

Bom, esta expressão é bem confusa é por si só pode gerar muita confusão, mas para esclarecer, cabe dizer que pelagianismo é uma acusação comum aos maçons, se refere ao abandono de Deus, como se os homens fossem capazes de se salvar sozinhos sem a graça divina. E chamar alguém de prometeuco deve se referir ao mito Prometeu que levou fogo (conhecimento aos homens), não sei bem como explicar esta parte da expressão.

Em resumo, confuso demais este (ao que parece) ataque aos conservadores católicos.  

Mas muitos devotos católicos (leigos e padres) detestaram esta expressão, é como se o Papa estivesse atacando quem (a muito custo) procurar seguir a Doutrina da Igreja. Para ver alguns exemplos de como esta expressão caiu mal, pode-se ler uma crítica no site American Catholic, ou no blog Creative Minority Report, dois dos sites católicos mais lidos nos Estados Unidos.

Além disso, o padre John Zuhlsdorf resolveu até desafiar esta expressão enigmática do Papa Francisco, e está vendendo um caneca com a expressão usada pelo Papa e acrescentando que tem orgulho de ser seguidor do neopelagianismo auto-referencial e prometeuco. Ele explicou porque fez isso.Vocês podem comprar a caneca clicando aqui.

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Outro padre, Padre Martin Fox, explicou se você pode não gostar do Papa. 

Bom, para começar, basta dizer que muitos papas foram terríveis, e muitos santos não gostaram dos papas escolhidos. Li certa vez, que após a eleição de um papa que o Santo Inácio de Loyola detestava, o santo correu para rezar.

Mas vejamos o que diz o Padre Martin Fox é bem importante nestes tempos difíceis. Tenham certeza que a eleição do Papa Francisco não trouxe muita paz dentro e fora da Igreja não, infelizmente,

Diz o Padre Martin Fox (traduzo parte do texto em azul)


Eu gosto do papa, mas eu estou ouvindo de católicos que não gostam de algumas das coisas que ele disse, e eles são muito desconfortáveis ​​com isso. Este post é para qualquer um que está lutando com isso. 


Primeiro, vamos arejar as queixas : 

> O papa parece ser um pouco duro demais com católicos que seguem a tradição. 
Em sua exortação recente, Evangelii Gaudium, o Papa Francisco cunhou uma frase um tanto obscura: " neopelagianismo auto-referencial e prometeuco" Enquanto isso poderia muito bem ser aplicada a mais tipos de "progressistas", no contexto , parece mais destinada a pessoas conservadoras. Como Thomas McDonald observado aqui, é intrigante que o papa parece atacar as pessoas que têm sido fiéis, prontas para ouvir o papa.
 

Depois, há o caso dos Frades Franciscanos da Imaculada. Este grupo de religiosos aparentemente têm tido algumas disputas internas, e alguém de Roma se envolveu, mas agora Roma parece estar aplicando um pouco de disciplina demais.
 

Em sua forma de discurso livre, especialmente em declarações publicadas, o papa está causando confusão desnecessária. 

Logo no início, o papa Francisco deu uma entrevista a um escritor em La Repubblica, e como eu relatei aqui, o Papa lamentou a entrevista e a confusão que surgiu dela. 

O outro exemplo foi a sua decisão de dispensar-se das normas sobre Quinta-feira Santa, e incluir as mulheres no ritual do lava-pés. ( Isso vai surpreender algumas pessoas, mas as normas para este ritual são explícitas, que apenas homens sejam escolhidos) Enquanto muitos aplaudiram a tentativa do papa ser generoso e acolhedor, a pergunta incômoda permanece: ele eliminou a norma? Ou será que ele  simplesmente isentou a si mesmo? Se for este último caso, o que os padres devem fazer? 

Algumas das observações e ações do papa poderia ser interpretadas como não apreciando a situação dos pároco.

Ver o ponto anterior para um exemplo disso. Outra seria o seu comentário - o dia depois de sua eleição , como ele saiu do seu caminho para pagar a conta no hotel - que ele fez isso para dar um exemplo para os párocos. Eu sempre pago minhas contas, de que  párocos ele está falando? E, novamente, em sua recente carta, ele faz algumas observações sobre a forma como os párocos devem lidar com homilias e sacramentos que me deixou coçando a cabeça, e eu suspeito que outros padres também. 

Ele parece muito duro contra o capitalismo .
 

Eu tive um telefonema de pelo menos um leigo católico que ficou profundamente magoado com o que o Papa disse. Isto de alguém que trabalha duro, e tenta fazer o bem com o que ele ganha. E, claro, livre iniciativa proporciona o crescimento e o emprego para o benefício da sociedade.
 

Então, o que vamos fazer com isso? 

Bem, em primeiro lugar, vamos ser claros sobre o que fazer e não fazer. Ele é o sucessor de São Pedro, o vigário de Cristo na terra. Devemos-lhe o nosso amor e devoção, nossa amizade e lealdade, nossas orações e nossa atenção como ele realiza esta tarefa preciosa e difícil. 

Quando o papa fala, espero que todos ouçam.

 No entanto, isso não significa que cada palavra de cada declaração, oral ou escrita, é para ser tomada como algo que não pode ser contestada, como dogma irreformável .
 
E se alguém diz, eu não gosto do que o papa Francisco disse aqui - ou fez lá? Ela é uma má católica?

Não, não mais do que dizer o mesmo sobre o seu pai, faz de você um mau filho ou filha. É mais em como você diz, e como você se aproxima de sua mãe ou pai em geral.
  

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Bom, rezo para que, mesmo nas minhas críticas, eu seja um bom filho para o nosso papa.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Pesquisa mostra que Muçulmanos da Europa odeiam cristãos, judeus e gays.


Por vezes, pensa-se que imigrantes muçulmanos no convivio com os ocidentais irão perder o ódio aos cristãos e gays, que é nutrido por fundamentalistas islâmicos nos países de maioria muçulmana. Mas a pesquisa do sociólogo alemão Ruud Koopmans publicada neste mês mostra que isto não é verdade. Os muçulmanos na Europa não adotam a cultura ocidental, nem passam a gostar mais dos cristãos, não adianta ficar dando dinheiro do estado, eles mantém o islamismo com tudo o que ele carrega.

A pesquisa foi notícia no jornal Washington Post. Koopmans entrevistou 9 mil pessoas na Holanda, Alemanha, Bélgica, França, Áustria e Suécia, tanto imigrantes muçulmanos como cristãos. Vejam o quadro abaixo da pesquisa.


O quadro acima mostra que 58% dos muçulmanos na Europa não querem amigos homossexuais (enquanto por volta de 10% dos cristãos não querem), 45% dos muçulmanos na Europa acham que não se pode confiar em judeus (menos de 10% dos cristãos concordam), e 54% dos imigrantes muçulmanos acreditam que o Ocidente quer destruir a cultura muçulmana (enquanto 23% dos cristãos acham que os muçulmanos querem destruir a cultura ocidental).  

Koopmans disse que estes resultados são indiferentes se a pessoa é jovem, velha, rica ou pobre.

O texto pode ser acessado clicando aqui, e o relatório técnico da pesquisa pode ser acessado aqui.

O autor conclui o texto dizendo:

Both the extent of Islamic religious fundamentalism and its correlates – homophobia, anti-
semitism and “Occidentophobia” – should be serious causes of concern for policy makers as well as Muslim community leaders. Of course, religious fundamentalism should not be equated with the willingness to support, or even to engage in religiously motivated violence. But given its strong relationship to out-group hostility, religious fundamentalism is very likely to provide a nourishing environment for radicalization. Having said that, one should not forget that in Western Europe Muslims make up a relatively small minority of the population. Although relatively speaking levels of fundamentalism and out-group hostility are much higher among Muslims, in absolute numbers there are at least as many Christian as there are Muslim fundamentalists in Western Europe, and the large majority of homophobes and anti-semites are still natives. As a religious leader respected by both Muslims and Christians once said: “let those who are without sin, cast the first stone.” 

Traduzo em azul:
Tanto a extensão do fundamentalismo religioso islâmico como seus problemas relacionados - homofobia, anti-semitismo e "ocidentophobia " - devem ser fontes graves de preocupação para os políticos que dirigem a sociedade europeia, bem como para líderes da comunidade muçulmana. É claro que o fundamentalismo religioso não deve ser identificado com a disposição de apoiar, ou até mesmo se envolver em violência de motivação religiosa. Mas, dada a sua forte relação com grupos hostis, o fundamentalismo religioso proporciona ambiente nutritivo para a radicalização. Dito isto, não se deve esquecer que na Europa Ocidental os muçulmanos constituem uma minoria relativamente pequena da população. Embora os níveis relativos de fundamentalismo e de hostilidade são muito mais elevados entre os muçulmanos, em números absolutos, há pelo menos tanto cristãos fundamentalistas quanto muçulmanos na Europa Ocidental, e a grande maioria dos homofóbicos e anti-semitas ainda são nativos. Como um líder religioso respeitado pelos muçulmanos e cristãos disse uma vez: "os que não tiverem pecado, que atirem a primeira pedra "

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Bom, pode-se dizer que Jesus Cristo é respeitado pelos muçulmanos em sentido lato, pois o Jesus que os muçulmanos veneram não é o mesmo Jesus dos cristãos. Para começar, o Jesus dos muçulmanos não foi nem crucificado, nem ressuscitou, nem mesmo disse aquela frase do "atire a primeira pedra", usada por Koopmans para finalizar o artigo.

Outra coisa é que o resultado deve ser bem pior, porque os muçulmanos da pesquisa são descendentes da Turquia e do Marrocos, países que não são reconhecidos como tendo tantos fundamentalistas islâmicos.

Por fim, um detalhe que informa o Washington Post, a pesquisa é de 2008, mas só agora, 5 anos depois, que o autor conseguiu publicar. Ora, se um pesquisador renomado, fazendo uma pesquisa em vários países, entrevistando 9 mil pessoas, tem tanta dificuldade de publicar um texto que mostra o pensamento muçulmano às claras, que dirá, alguém que não tem nome, nem recursos para uma pesquisa tão extensa. O mundo acadêmico protege os muçulmanos realmente. Se fosse um texto atacando Israel ou o cristianismo se publicaria rapidinho.



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Vídeo: Conto das Três Árvores. "O que queremos da vida, e o que Deus quer".


Hoje eu vi um bonito conto no site Xt3 (já falei aqui deste site). É o conto das três árvores. Vou traduzir para vocês.



Era uma vez três árvores que ficavam na mais alta montanha de uma cidade. Elas sonhavam em o que seriam no futuro. 

A primeira árvore olhou para as estrelas e disse: "Eu quero ser um baú de tesouros, guardando o tesouro mais caro do mundo. Eu serei o mais lindo baú de tesouros que já existiu".

A segunda árvore disse: "Eu quero me tornar no mais lindo navio, eu carregarei reis e rainhas pelos oceanos nos quatros cantos do mundo."

A terceira árvore olhou para a cidade no vale abaixo e disse: "Eu quero ser a árvore mais alta do mundo, para que as pessoas quando olharem para mim, dirijam seus olhos para o céu, e pensem em Deus."

Certo dia, chegaram os lenhadores.

O primeiro lenhador disse sobre a primeira árvore: "Esta árvore é linda, perfeita para mim". Então, ele cortou a árvore. A árvore pensou: "Chegou meu dia, vou me tornar em um baú de tesouros".

O segundo lenhador disse sobre a segunda árvore: "Esta árvore é bem forte, perfeita para mim". Então, ele cortou a árvore. A árvore pensou: "Chegou meu dia, vou me tornar em um lindo navio".

O terceiro lenhador disse sobre a terceira árvore: "Eu não preciso de nada especial, qualquer árvore serve". Então, ele cortou a terceira árvore. A árvore pensou: "O que eu me tornarei agora?".

A primeira árvore, que era linda, ao invés de se tornar um baú de tesouros, foi transformada em uma caixa para alimentar animais com feno em estábulos.

A segunda, que era forte, não foi transformada em um belo navio para reis, mas em uma simples jangada para pescadores.

A terceira, que não era nada especial, foi cortada em grandes pedaços, e deixada sem qualquer utilidade.

Os anos se passaram, e as árvores esqueciam seus sonhos.

Mas em uma noite fria, uma luz atingiu a primeira árvore feita de caixa para feno, e uma jovem colocou seu filho recém nascido lá. O marido gostaria de ter feito um berço, mas aquela manjedoura era o que tinha no momento. Naquele instante, a primeira árvore entendeu que ela estava guardando o maior tesouro de todos os tempos.

Anos mais tarde, alguns homens estavam usando a jangada da segunda árvore para pescar. Um dos homens estava cansado e dormiu. De repente, veio uma grande tempestade. Eles acordaram o homem que estava dormindo. Ele se levantou e disse: "paz". A tempestade parou imediatamente. Naquele momento, a segunda árvore entendeu que ele estava carregando o Rei do Céu e da Terra.

Depois de algum tempo, os homens colheram os pedaços da terceira árvore. Juntaram dois pedaços que foram carregados pelas ruas por um homem que sofria zombaria dos outros homens. Ele levou os dois pedaços para uma colina alta. O homem que carregava os pedaços foi pregado neles e deixado para morrer. Mas em três dias, tudo mudou. A terceira árvore entendeu que ela se tornou no maior símbolo do amor de Deus por toda a eternidade, pois Cristo tinha sido crucificado nela.

Nem sempre sabemos os planos de Deus para nossas vidas, os planos dele nem sempre são nossos planos, mas são sempre maiores do que imaginamos.

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Gostaram?

Serve para nos acalmar em nossas angústias e olharmos para Deus.

Tenho muitas angústias e medos na vida (profissional e familiar), preciso ter mais fé.

Tenho também angústias em relação à própria Igreja Católica. Rezo especialmente pelo Papa Francisco, que, mesmo nos erros que ele cometa, o Espírito Santo saiba mostrar o caminho a Cristo.


domingo, 15 de dezembro de 2013

Papa Francisco diz que Marxismo é errado, mas...


Pois é, mais uma entrevista do Papa Francisco, eu já disse aqui que ele podia parar com elas, pois ele acaba expondo a fragilidade de seu pensamento. Eu amo o Papa Francisco, mas ele fica frágil e vacilante quando fala em entrevistas. E olha que eu acho esta última a melhor entrevista do Papa.

A nova entrevista foi dada para o jornal Vatican Insider.

Em geral, a entrevista é muito boa, mas tem dois (ou três) pontos bem problemáticos.

Primeiro vamos aos ótimos pontos positivos:

1. O Papa Francisco ressalta que o Natal significa esperança e suavidade. Esperança na vinda do Salvador.

2. O Papa exalta a importância da Terra Santa e diz que pretende visitar Israel.

3. O Papa exalta a perseguição aos cristãos (católicos, protestantes ou ortodoxos) no mundo, apesar de não dizer quem é o algoz dos cristãos.

4. O Papa acaba de vez com a ideia que iria nomear mulheres para cardeais.

5. Fala que devemos combater a fome no mundo, especialmente das crianças.

6. Fala que defende a Doutrina Social da Igreja e que não quer mudá-la.

7. O Papa aproveitou para corrigir o que saiu em outra entrevista dele. Na outra entrevista dele, ele teria dito que saiu do Conclave antes de dizer sim para o papado para orar. No entanto, muitos cardeais negaram que o Papa saiu da sala do Conclave para orar antes de ser eleito papa. Ele afirmou agora que orou apenas depois de ser escolhido Papa. 

Agora, vamos aos dois (ou três) pontos preocupantes.

1. O Papa foi acusado por alguns conservadores americanos de promover o socialismo, o Papa seria, para eles, marxista. Eu cheguei a defender o Papa aqui contra estes conservadores que estão na Revista Veja também.

Mas como o Papa Francisco respondeu à acusação de ser marxista?

Ele simplesmente disse:

The Marxist ideology is wrong. But I have met many Marxists in my life who are good people, so I don’t feel offended.”

Traduzindo: "O Marxismo é errado, mas eu tenho muitos amigos marxistas que são boas pessoas, então eu não fico ofendido (com a acusação de ser marxista)"

Perdão, Papa Francisco, mas esta resposta é muito fraca.

Para começar, ele não detalha o que está errado no marxismo, apenas dizer que é errado não descreve bem a destruição que esta ideologia causou e causa no mundo. Basta ver a sua terra argentina, Venezuela, Bolívia, Coréia do Norte, Cuba,...

Segundo, como não se sentir ofendido sendo chamado de marxista, sabendo de tantas mortes que esta ideologia provocou e como ela afastou os homens de Deus?

Terceiro, se você considera que seus fiéis (ou amigos) seguem uma "ideologia errada", é dever do pastor alertá-los.

Quarto, em geral pode-se dizer que há boas pessoas seguindo qualquer ideologia. Tem muita "gente boa" que defende o casamento gay e o aborto. Isto não torna a ideologia melhor, apenas exige mais daqueles que devem levar essa "gente boa" para o caminho de Deus.

Quinto, faltou detalhar o que ele entende como boas pessoas.

2. O Papa disse que considera o ecumenismo um prioridade do seu papado. Eu tenho muito receio desta prioridade, para onde nos levará, temos de ter muito cuidado para não diminuir a Igreja de Cristo.

Outro ponto preocupante dependerá dos resultados. São as sugestões que sairão dos oito cardeais que ele escolheu para aconselhá-lo, não gosto deste tipo de "ministério" na Igreja, mas rezo para dar certo.

Rezemos pelo Papa Francisco. Eu diria que nossas orações têm surtido efeito, ele parece que se arrependeu de uma entrevista que deu, e está bem melhor em suas respostas, mas precisamos continuar orando.


Se a Igreja aprovar a eucaristia para divorciados, o que irá ocorrer?


No Brasil, a grande maioria dos padres e dos fiéis não respeita isso. Mas divorciados não podem receber comunhão, pois cometeram um pecado grave. Atualmente, existem muitos padres (no Brasil e no mundo, especialmente na Alemanha) que defendem que divorciados católicos que se casaram de novo possam receber a comunhão.

O especialista em lei canônica, Dr. Edward Peters, escreveu sobre os riscos que a Igreja corre se aceitar dar comunhão para divorciados que se casaram novamente.

Vou traduzir partes do texto dele (em azul):

Eu suspeito vamos ver mais disso nos próximos meses, alguns católicos, incluindo alguns prelados, chamando para a admissão de divorciados católicos que casaram novamente na Sagrada Comunhão. O Papa Francisco pelo seu estilo de governar não deve colocar um fim na discussão. Então, nós vamos ter que lidar com isso.  

Para mim, porém, a coisa é muito simples: ou a Sagrada Comunhão é Quem a Igreja diz ou não é; ou o divórcio e re-casamento é um pecado grave ou não é; ou aqueles que permanecem em pecado grave devem ficar fora da Sagrada Comunhão ou não.  

Agora, desde tempos imemoriais, a Igreja tem respondido a todas as três perguntas afirmativamente. Mas, se começasse a responder a qualquer uma dessas perguntas na forma negativa, a disciplina eucarística certamente (e imediatamente e drasticamente) mudaria para divorciados novamente casados, e, inevitavelmente, iria mudar por vários outros grupos, também. Aqueles que pedem esta mudança devem entender o que estão pedindo, e aqueles que são contra devem entender o que está em risco


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Em suma, Peters está dizendo que a Igreja pode se destruir. Pois está arriscando o próprio corpo e sangue de Cristo na Eucaristia.

Você acha que eles pararão por aí, depois de pedirem a comunhão para divorciados?

Isto não significa que os divorciados irão para o Inferno, a Igreja os acolhe também, como acolhe todos os pecadores, assim como fez Cristo. Mas a Eucaristia é o grande pilar da Igreja, está relacionada à confissão, outro grande pilar da Igreja. Devemos procurar a pureza para receber a hóstia consagrada. Além disso, evitar dá Eucaristia para divorciados ensina o valor do casamento. Devemos pensar bem antes de ir para o altar. E depois de casados, procurarmos cuidar do outro para evitar o divórcio. Há casos ainda que a Igreja anula o casamento.

No Brasil, como eu disse, a grande maioria dos padres não respeita isso, e qual é o impacto no nosso respeito a Igreja? Somos o país do espiritismo, cujos aderentes batizam seus filhos e se casam na Igreja Católica.


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Por que Max Weber estava errado. Por que América Latina é Pobre e América do Norte é rica?


Outro dia, eu critiquei aqui a Revista Veja por usar Max Weber contra o Papa Francisco. É uma coisa muito popular achar que Max Weber estava certo quando considerou que o protestantismo é a base filosófica/religiosa para o capitalismo, o que justificaria que a América Latina católica é pobre e a América protestante é rica.

Nós precisamos aprender a criticar esta abordagem de Max Weber que é  errada tanto historicamente, como filosoficamente, como teologicamente.

Para começar, a América protestante rica é apenas os Estados Unidos, pois o Canadá é (e foi) católico na maioria. 

Hoje, eu li um texto de Samuel Gregg que é parte de seu livro Tea Party Catholic. O texto trata da abordagem equivocada de Max Weber.

Vocês podem ler o texto completo clicando aqui, mas aqui vão os pontos dele:

1) Max Weber errou sobre o "espírito protestante", não havia nada na abordagem teológica protestante calvinista que dissesse que ficar rico era demonstração de ser predestinado por Deus para ir para o céu. Gregg mostra que a Confissão de Fé de Westminster (confissão de fé do calvinismo) nem tratou disso, a profissão de cada um para o calvinismo deveria servir a Deus e não para acumular riquezas;

2) Durante séculos na Idade Média, antes da reforma protestante, os países católicos desenvolveram o sistema bancário, vários métodos comercias e inúmeras tecnologias. O espírito comercial precedeu a reforma protestante em pelo menos dois séculos.

3) Já no século 11, cinco séculos antes da reforma protestante, aparecia a expressão em latim Deus enim et proficuum (Por Deus e lucro) em livros de comerciantes italianos e holandeses.

4) Muito antes da reforma protestante, os padres em seus confessionários estavam tratando de questões comerciais como preço justo, usura, taxa de juros, etc.

5) Padres jesuítas e dominicanos precederam Adam Smith na análise da importância do dinheiro e do livre comércio, como Francisco de Vitória e Juan Maria. 

6) O historiador Jacques Delacroix disse que os ricos da Holanda e Alemanha, países que Weber baseou para dizer que o protestantismo significava capitalismo, eram católicos em sua maioria.

7) O que explica o baixo desenvolvimento da América Latina não o é o catolicismo e sim o absolutismo (poderio maior do estado) e o mercantilismo (doutrina econômica que apoia o subsídios às exportações e tarifas elevadas para importação, coisa que o Brasil faz até hoje, somos o país mais fechado às importações do mundo,segundo o Banco Mundial, se olharmos a relação importações/PIB).

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Eu acrescentaria que vários mosteiros já praticavam (e praticam ainda) o espírito ascético que Weber achava que era uma vertente apenas do protestantismo.

O ascetismo trata como comedimento ou procura anular os prazeres da carne. Para Weber, os protestantes faziam isso e por isso poupavam dinheiro, ajudando no crescimento econômico. Bom, vários mosteiros só trabalhavam (e ainda trabalham), sem qualquer gasto com prazeres da carne, muito antes da reforma, e produziam (e produzem) vários bens (como os melhores vinhos e cervejas do mundo)

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O livro de Gregg, pelo título do livro, deve tratar de unir o catolicismo com o livre mercado (capitalismo), contra o estatismo.

Bom, não sei até que ponto ele vai nessa união, mas certamente o catolicismo não é contra o livre mercado per si, mas tem também outras preocupações, como com a alma humana.

Deve ser um livro bem interessante.


(Agradeço a indicação do texto de Samuel Gregg ao site Big Pulpit)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

37 Razões para Desespero na Economia Americana sob Obama


Recentemente, a taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu para 7%, mas Obama tem razões para comemorar?

Bom, primeiro é preciso que se diga que a taxa de desemprego histórica dos Estados Unidos é por volta de 5%, então, depois de 5 anos na presidência 7% não é motivo nenhum para se comemorar.

Mas o site  The Economic Collapse revelou que ao invés de se comemorar, os americanos deveriam entrar em desespero. Ele deu 37 razões para se deseperar com a economia americana.

Vale a pena conhecer estas 37 razões antes de qualquer análise sobre a economia americana. O autor, Michael Snyder, prova o fracasso da economia política keynesiana de Obama.

Vejamos alguns dos 37 pontos:

- A única razão que a taxa oficial de desemprego tem diminuido ao longo dos últimos dois anos é que o governo federal vem fazendo de conta que milhões e milhões de americanos desempregados não querem mais emprego e " deixaram a força de trabalho ." Como Hedge Zero demonstrou recentemente, se a taxa de participação da força de trabalho voltasse para a média de longo prazo de 65,8 por cento, a taxa oficial de desemprego nos Estados Unidos na verdade seria de 11,5 por cento em vez de 7 por cento.

- A porcentagem de americanos que estão realmente trabalhando é muito menor do que costumava ser. Em novembro de 2000, 64,3 por cento de todos os americanos em idade ativa tinha um trabalho . Quando Barack Obama entrou na Casa Branca, 60,6 por cento de americanos em idade ativa tinha um trabalho. Hoje, apenas 58,6 por cento de todos os americanos em idade ativa têm um emprego.  


- Na verdade, não houve nenhuma melhora desde que Obama assumiu, há 31 meses apenas 58-59% dos americanos têm emprego.
 

- Existem 1.148.000 menos americanos trabalhando hoje do que havia em Novembro de 2006. Enquanto isso, a população cresceu mais de 16 milhões de pessoas durante esse tempo. 

- A "taxa de inatividade " para os homens em seus anos de trabalho de primeira linha (25 a 54) acaba de bater um novo recorde histórico de alta. Isto se parece com uma " recuperação econômica " para você?
 
- O número de americanos em idade para trabalho que está sem emprego aumentou em um total de 27 milhões desde o ano de 2000. 


-  Em novembro de 2007, havia 121,9 milhões de trabalhadores em tempo integral nos Estados Unidos. Hoje, existem apenas 116,9 milhões trabalhadores de tempo integral nos Estados Unidos .
 

- A relação dos salários sobre os lucros das empresas nos Estados Unidos acabou de bater um novo recorde de baixa.
 
- Neste ambiente econômico, há uma competição intensa, mesmo para os trabalhos de menor salário. Wal -Mart recentemente abriu duas novas lojas, em Washington-DC, e mais de 23.000 pessoas se inscreveram para apenas 600 posições. Isso significa que apenas cerca de 2,6 por cento dos candidatos foram finalmente contratados. Em comparação, Harvard oferece entrada para 6,1 por cento de seus candidatos.
 

- Quando Barack Obama tomou posse, a duração média do desemprego no país era de 19,8 semanas. Hoje, é 37,2 semanas.
  
- De acordo com o New York Times, o desemprego de longo prazo nos Estados Unidos aumentou em 213 por cento desde 2007.
 
- De acordo com o Census Bureau, a renda familiar média nos Estados Unidos caiu durante cinco anos seguidos com Obama. 


- No início de 2003, o preço médio de um galão de gasolina comum era cerca de US $ 1,30. Quando Barack Obama tomou posse, o preço médio de um galão de gasolina comum foi de US $ 1.85. Hoje, ele é de US $ 3.26. 

- Total de crédito do consumidor subiu por uma gritante 22 por cento nos últimos três anos.- Em 2008, o montante total da dívida do empréstimo do estudante neste país estava em cerca de 440 bilhões de dólares. Hoje, ele subiu para cerca de um trilhão de dólares. 

- De acordo com Barack Obama, a velocidade do dinheiro ( um indicador muito importante da saúde econômica ) caiu para menos do que pós-Segunda Guerra Mundial. 

- De volta ao ano de 2000, o nosso déficit comercial com a China foi de 83 bilhões de dólares. Em 2008, o déficit comercial com a China foi de 268 bilhões de dólares. No ano passado, foi 315 milhões de dólares. Esse foi o maior déficit comercial que uma nação tem tido com outra nação na história mundial. 

- O fosso entre os ricos e os pobres nos Estados Unidos está em um nível recorde de todos os tempos.

- Neste momento, 1,2 milhão de alunos que frequentam as escolas públicas nos Estados Unidos estão desabrigados. Isso é um novo recorde histórico de alta, e esse número aumentou em 72 por cento desde o início da última recessão. 

- Quando Barack Obama primeiro entrou na Casa Branca, havia cerca de 32 milhões de americanos no vale-refeição. Hoje, existem mais de 47 milhões de americanos no vale-refeição .
 

-  De acordo com a Pesquisa de Renda e Participação Programa realizado pelo Censo dos EUA, bem mais de 100 milhões de americanos estão matriculados em pelo menos um programa de bem-estar social executado pelo governo federal.
 
- De acordo com os números mais recentes de os EUA Census Bureau, um recorde de alta de 49,2 por cento de todos os americanos estão recebendo benefícios de pelo menos um programa de governo.
 

- Quando Barack Obama foi eleito pela primeira vez, a dívida dos EUA em relação ao PIB era de menos de 70 por cento. Hoje, é de 101 por cento. 

- A dívida nacional dos EUA está a caminho de mais de dobrar durante os oito anos da administração Obama. Em outras palavras, sob Barack Obama, o governo dos EUA vai acumular mais dívidas do que ele fez com todos os outros presidentes da história dos EUA combinados.

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Preciso dizer mais alguma coisa?

Os Estados Unidos, sob Obama, é um desastre em todos os aspectos. Eu já falei aqui diversas vezes sobre o aspecto moral da administração Obama (aborto, perda de liberdade religiosa, proximidade com Islã e países párias,..) mas há também avertente econômica.

Como eu costumo dizer, Obama é o pior presidente da história dos Estados Unidos, e olhe que por lá passou Jimmy Carter e Woodrow Wilson.

Quando ele assumiu, eu disse para meus colegas professores: vai ser um desastre. Eu estava certo, infelizmente.

(Agradeço as informações do blog The Economic Collapse ao site The American Catholic)